Já instalada em várias têxteis portuguesas, a tecnologia da Smartex foi a vencedora do prémio Pitch, da Web Summit, tendo-se destacado entre 75 empresas a concurso pelo software que deteta defeitos nos tecidos no momento da tecelagem, impedindo a produção de produtos com defeito que acabariam no monte dos desperdícios.
A empresa desenvolveu sensores, câmaras e acelerómetros que, através de sistemas de visão computacional e de inteligência artificial, podem detetar defeitos nos tecidos logo a partir da tecelagem. A solução foi testada nas fábricas da Rifertex e da João António Lima Malhas, e a partir daí a Smartex, fundada pelos jovens António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, já instalou o sistema em pelo menos 30 unidades industriais, entre elas a Familitex, Tintex e Polopiqué.
A empresa, sediada no parque empresarial da Universidade do Porto (UPTEC), foi a segunda mais votada pelo público (com 42%, atrás dos 46% da Okra Solar), mas foi a preferida do júri, o que acabou por a levar à vitória na Web Summit.
A startup está presente no Porto, em Shenzen (China) e em São Francisco (Estados Unidos). Hanna Henig, diretora de Informação da Simens, que entregou o prémio, adjetivou a Smartex como uma empresa “intrigante” e “atrativa” por combinar a internet das coisas com inteligência artificial, com o foco na sustentabilidade.
Na apresentação da empresa no âmbito do concurso, António Rocha afirmara que é possível reduzir o desperdício a quase 0%: “É o sonho de todos os fabricantes têxteis no mundo”, uma vez que, entre outros atrativos, o sistema conseguiu poupar 7,5 milhões de litros de água e 67 mil kg de tecido.